O Afeganistão hoje
Depois de muitas guerras, muitas lutas o Afeganistão encontra-se em estado deplorável. É fato que devido às guerras o país sofre de enorme pobreza, de uma infra-estrutura devastada e da exaustão de recursos naturais.
Em 27 de Setembro de 1996, as forças talibãs, constituídas de ex-estudantes, derrubaram o presidente, capturaram a capital, Cabul, e passaram a controlar grande parte do país. Em novembro desse ano outras facções negociavam um governo nacional de coalizão.
O atual presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, foi escolhido pelo governo dos Estados Unidos da América para dirigir um governo interino, após a queda dos Taliban.
Foram realizadas eleições a 9 de Outubro de 2004, com mais de 10 milhões de afegãos registrados para votar, mas a maioria dos 17 candidatos da oposição não reconheceu o resultado das eleições, alegando fraude; uma comissão independente encontrou evidências de fraude, mas considerou que isto não teria afectado os resultados. Karzai obteve 55,4% dos votos e foi empossado como presidente a 7 de Dezembro. Estas foram as primeiras eleições desde 1969, quando houve eleições para o parlamento.
O actual governo inclui membros da Aliança do Norte, um grupo político formado por elementos de diferentes regiões e grupos étnicos nomeados pela Loya jirga - conselho ligado às antigas tradições afegãs, inicialmente constituído por membros da etnia Pashtun, majoritária, e atualmente formado por diferentes líderes regionais e tribais, autoridades políticas, militares e religiosas, funcionários do governo, etc. E agora os Talibãs, estão escondidos nas montanhas e atacam em forma de guerrilha.
Para repensar...
Hoje, mais de 80% das mulheres no Afeganistão ainda são analfabetas. A expectativa de vida é de apenas 45 anos. Essa média – mais baixa do que a do homem – está relacionada com a quantidade de mortes durante a gravidez e o parto, por simples falta de atendimento adequado. Os casamentos forçados de meninas na puberdade continuam existindo. Apenas 13% das mulheres conseguem completar a escola primária.
Depois da queda do Talibã, a mulher afegã vem lutando para conquistar seu direito na sociedade. As queixas de violência domiciliar à polícia – que antes resultavam na prisão da própria vitima – encontram hoje novas soluções, como os centros de refúgio para mulheres. As jovens tem agora um maior acesso às escolas femininas. Na província de Bamyian, uma região mais resguardada e pacífica do Afeganistão, uma das raras médicas mulheres, Habiba Sarabi, foi recentemente nomeada governadora pelo Presidente. Lá, algumas afegãs podem ser vistas dirigindo carros. Outras até ingressaram na força policial, abrindo precedentes que podem influenciar o resto do país.
Mas são progressos pequenos e lentos para uma população que ainda vive submissa, sob a burqa muçulmana. Quanto tempo ainda será necessário para que elas possam conquistar um verdadeiro respeito e liberdade?
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