É conhecida como "civilização maia" um povo antigo
que habitou a região das florestas tropicais das atuais Guatemala, Honduras e
Península de Yucatán (sul do atual México) entre os séculos IV a.C e IX a.C. De
origem desconhecida, os maias não se organizaram em uma estrutura centralizada
politicamente, pois os arqueólogos apontam a presença de vários centros urbanos
independentes. Estão entre as principais cidades desse sistema Piedras Negras,
Palenque, Tikal, Yaxchilán, Copán, Uxmal e Labná.
O esplendor da sociedade maia é fundamentalmente explicado
pela disciplina empregada na agricultura, base de sua economia. O trato do solo
se dava em um sistema rotativo de culturas visando a renovação deste, porém sem
adubagem ou técnica elaborada, o que levava ao seu rápido esgotamento e
consequente abandono.
Entre os vários alimentos que integravam a dieta maia,
destacavam-se o milho, de grande consumo, o cacau, o algodão e o agave.
Praticavam também a caça, pesca e criavam animais. Desconheciam no entanto a
tração animal, o arado e a roda. Por falta de matéria-prima local não
conheceram também a metalurgia, mas desenvolveram importante indústria baseada
na manufatura da pedra, o que lhes permitia ter armas, adereços e ferramentas
de trabalho. Outro aspecto importante desta civilização foi a produção de
cerâmica (embora desconhecendo a tecnologia da roda de oleiro), a cestaria, a
tecelagem e a arte lapidária.
Outro aspecto desafiador da cultura maia gira em torno do estudo
de seu complexo sistema de escrita, sendo que um dos maiores empecilhos está
relacionado ao fato de os signos podem representar sons, ideias ou as duas
coisas ao mesmo tempo. Além disso, há indícios de que eles utilizavam
diferentes formas de escrita para um único conceito.
Os sacerdotes, detentores do saber, eram responsáveis pela
organização do calendário, pela interpretação da vontade dos deuses por meio de
seus conhecimentos dos astros e da matemática. Foi tal o conhecimento de
aritmética desta civilização que lhe permitiu fazer cálculos astronômicos de
notável exatidão, lidando até mesmo com o conceito de abstração matemática.
Entre os séculos IX e X , os toltecas invadiram e dominaram
as regiões onde florescia o povo maia, e por volta do século XIII, as cidades
destes entraram em colapso, não existindo ainda uma explicação direta que
consiga responder a essa última questão envolvendo a trajetória e o fim da
cultura maia. Recentemente, um grupo de pesquisadores norte-americanos passou a
trabalhar com a hipótese de que a crise desta civilização esteja relacionada à
ocorrência de uma violenta seca que teria se estendido por mais de dois
séculos.
Os espanhóis chegaram à região do atual México em 1519, e
com dificuldade escondiam seu espanto diante do que viram. Naquela época,
muitas histórias sobre fantásticas cidades desconhecidas alimentavam os sonhos
dos europeus, mas as construções encontradas ali superavam todas as
expectativas, dando o entendimento de que uma grande cultura havia se
desenvolvido naquela área, desde há muito tempo abandonada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário